A cidade secou.


João sofre de sede,
Maria sofre de depressão.

O primeiro vagueia sempre fraco,
enquanto a segunda,
vive jogada no chão.

Chão que forma a cama
que a recebe a dor.
Chão árido,
espelho de um lugar
onde a água já secou.

Enquanto alguns
regam o ego,
outros secam as fontes,
sempre fez parte do instinto humano
limitar os horizontes.

A cidade seca
é a residência permanente
desses dois personagens,
que lutam por coisas distintas,
mas que possuem na face
o mesmo olhar de cansaço.
Enquanto João clama por água,
Maria quer apenas um abraço.


Bruno Rico.

0 comentários:

Postar um comentário