Oração deísta.

Ao que me dá força.

Ao que me guia tão livremente,
A ponto deu achar que estou caminhando
De forma independente.

Ao que me envaidece,
Mesmo sendo pecado.

Ao que me ampara,
Mesmo eu estando totalmente errado.

Ao que carrega a minha cruz
E me direciona sempre para um caminho de luz.

Ao que sempre me diz:
“Meu filho tu és especial.”
Mesmo nos momentos
Em que eu me sinto fora de eixo
E chego até a me achar anormal.

Ao que vê meu choro
Enquanto os mortais acham que eu estou sorrindo;
Ao que valoriza-me pelo que realmente sou
Sem se importar com o que estou vestindo.

Ao que me dá esperança quando
Eu acho que já não dá mais.

Não sei seu nome,
Morada, cor, muito menos feição.
Não sou seguidor de dogmas
Rituais, sequer tenho religião.

Mas a Ele, eu entrego os anseios meus.
E a esse meu amigo que livra-me sempre do perigo
Eu chamo carinhosamente de Deus.

Bruno Rico. 

Rotineiro mundo vetusto.

Tudo anda muito igual;
Minhas poesias,
Meus amores,
Meus desejos,
Meus sonhos,
Meus medos,
Minhas certezas e minhas dúvidas.

Preciso que a magia da diferença
Encante meus dias
Com novos anseios
E perspectivas.

Preciso destroçar as linhas já escritas,
Preciso queimar as cartas que o destino me enviou.
Preciso quebrar a janela
Que insiste em mostrar-me uma paisagem sempre análoga.
Necessito urgentemente
Descabelar a rotina
Ao ponto dela não ter
Mais como voltar ao mesmo penteado.

Não rejeito o tédio,
Todos precisam dele para viver,
Mas careço de um tipo de tédio mais hodierno,
Daqueles que até podem ser repetitivos,
Mas também podem ser motivadores e emocionantes.

Bruno Rico.