Cortar o tempo.



Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, 
com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

Carlos Drummond de Andrade.


UM ÓTIMO 2013 PARA TODOS.

A importância de um sonho.


Desde criança que eu nunca fui de esquentar muito para o Natal e para os presentes desta efeméride de final de ano, até porque, como eu faço aniversário dia 27 de dezembro, e minha mãe por ter me criado sozinha, com algumas dificuldades e muita luta, acabava não tendo dinheiro para me dar dois presentes, e eu acabava ficando apenas com o de aniversário mesmo.
Mas isso nunca foi tristeza para mim, muito pelo contrário, pois pelo menos eu ainda conseguia ganhar alguma coisa no final de ano, e eu sempre soube que essa coisa vinha de um dinheiro suado, o que fazia o meu presente (independente do que fosse) ser o melhor do mundo, pois para mim ele vinha da melhor mulher do mundo, que era, e ainda é a minha mãe. E por conta disso tudo eu nunca cultuei um velinho com barba branca que vinha lá num sei de onde em cima de uns animais estranhos que eu nunca tinha visto em lugar nenhum.
Isso tudo me ajudou no meu amadurecimento precoce, pois eu nunca fui uma criança de perturbar na rua, de pedir coisas impossíveis para a minha mãe, até porque quando ela falava que não dava pra comprar, não dava e acabou. E eu sempre soube entender isso, e sempre me lembro dessas situações quando vejo alguma criança fazendo escândalo com os pais nas ruas por pouca coisa, na maioria das vezes são crianças mimadas, que fantasiam coisas ao extremo, e não possuem a noção da luta dos pais para conseguir as coisas.
A criança precisa ter a sua fantasia sim, mas ela também precisa saber da sua real condição, até para que desde muito cedo ela já pense em mudar esta condição, caso ela esteja insatisfeita com alguma coisa. E foi mais ou menos isso que aconteceu comigo, por ter amadurecido cedo, eu acabei criando uma visão além do meu tempo, e isso me ajudou e me ajuda bastante até hoje, até porque maturidade não tem nada a ver com idade.
Mas pra que eu estou falando desse lance todo de infância, maturidade e Natal? Fiz questão de dizer tudo isso justamente por receber um grande presente antecipado de Natal esse ano, e um presente que eu já estava esperando há muito tempo, e como eu não sou de ganhar nada de Natal, este presente mereceu este texto.
Estava eu dormindo, depois de mais uma noite de trabalho, quando resolvi acordar para ir ao banheiro, era umas três da tarde, e no caminho me deparei com um envelope em cima da mesa, era um envelope pardo grosso, da cidade de Mogi Guaçu – SP.
Logo que vi e toquei no envelope, eu já imaginava o que tinha dentro, só me restava rasgá-lo para acabar com a minha ansiedade e para confirmar se era mesmo o presente que eu tanto estava pedindo; e era.
Ao abrir o envelope eu pude ver logo de cara uma medalha pesada, e daí eu pude concluir muito feliz que o meu presente havia realmente chegado, era a MINHA PRIMEIRA PREMIAÇÃO DE POESIA EM UM CONCURSO LITRÁRIO!
Junto da medalha de menção honrosa, veio um certificado atestando a minha participação, assinado pelo Prefeito da cidade, pela Secretária de cultura, e pela Coordenadora do concurso; além da minha antologia, que é um livro com as poesias escolhidas pela comissão julgadora, que foi formada por 14 pessoas.
Este concurso de que falo foi o 28º da Biblioteca Municipal João XXIII, e foi separado por categorias, sendo elas: Adulto – outras cidades. Juvenil – outras cidades. Infantil – outras cidades. Adulto – local. Juvenil – local. E por fim, infantil – local. Ou seja, era um concurso que premiava separadamente os poetas residentes da cidade, com os de fora, e todas as categorias iam do 1º ao 6º colocado, e a minha poesia veio logo como a 4ª do livro, pois eu fiquei em 4º na categoria adulto – outras cidades com a poesia “Coração X geladeira” que postarei no final do texto.
Agora eu entendo perfeitamente quando algum atleta fala que determinada medalha teve gosto de ouro, pois quando a gente sonha muito com alguma coisa, não importa se foi em 6º ou em 1º, o importante é ter o valor reconhecido, e ser parabenizado pelo feito, isso é o que realmente importa.
Eu já participo de concursos culturais há algum tempo, mas não com a frequencia que gostaria e deveria. Às vezes eu desanimo um pouco e não confiro os editais, às vezes eu deixo passar alguns prazos de envio. Eu confesso que estava participando com certo relaxamento, justamente por achar que estava mandando as minhas poesias, e nada estava acontecendo, ninguém estava reconhecendo as mesmas como boas, ou aptas a uma classificação em um concurso oficial. E diante disso eu sempre pedia a Deus uma resposta, seja ela qual fosse, pois de nada adiantaria eu achar os meus escritos bons, se uma comissão julgadora também não achasse. E finalmente a resposta chegou.
E é por isso que eu não me importei com a colocação, pois o importante mesmo foi ser selecionado diante de tantas pessoas altamente qualificadas.
Sempre que eu falo que escrevo, e mostro os meus textos, as pessoas perguntam se fiz Letras, ou algo do tipo, e eu fico muito lisonjeado com isso, pois é sinal de que mesmo com o segundo grau completo eu estou fazendo bonito, e pelo visto os jurados do concurso acharam o mesmo, e isso é muito importante para mim, pois como eu já escrevi, eu estava precisando disso, até para me dedicar mais aos concursos daqui pra frente, e acreditar que coisas melhores estão por vir.
Gostaria de deixar aqui também, o meu registro a respeito da minha amada Liana. Ah como é bom encontrar uma companheira que consegue sonhar junto com a gente, chorar pelas conquistas realizadas, saber da importância que esse lance literário tem pra mim, dar muito valor a isso, e ficar feliz como uma criança a me ver com mais uma conquista, por mais simples que ela seja, pois ela consegue acreditar em mim da mesma forma que eu acredito, e era isso que eu procurava em uma mulher há muito tempo, essa simplicidade de conseguir sonhar os mesmos sonhos.
E é por isso que eu enfatizo a importância de um sonho, e a importância de acreditar nele, em si próprio e em Deus, pois uma hora ele lhe dará alguma resposta e mostrará o caminho certo a seguir, e hoje Ele me disse com todas as letras: “Bruno, segue seu sonho, pois muita coisa ainda está por vir, desanima não meu filho.”
O sonho maior são os livros, um dia esse sonho já foi distante, hoje ele está bem perto, até porque estou participando de alguns concursos que poderão patrocinar os meus livros. E enquanto isso eu vou fazendo a minha parte, escrevendo, e expondo a minha alma em palavras, como estou fazendo agora.
Muito obrigado a quem leu esse texto até o fim, pois isso é sinal de que VOCÊ torce por mim, e acredita em mim desde o início desse sonho. E a VOCÊ eu também digo: NUNCA DEIXE DE SONHAR!



Minha primeira poesia premiada:




Coração X geladeira.

Tem sempre as mesmas coisas dentro da geladeira,
mas mesmo assim a gente abre a todo o momento
desejando que algo novo surja, como por encanto.

Constantemente fazemos isso com os nossos corações,
já sabemos o que, e quem está dentro,
mas por teimosia o abrimos para o mundo,
desejando que o novo venha substituir o velho.
Mas dificilmente isso acontece,
e daí, descobrimos que foi tudo em vão.
Coração e geladeira só são antagônicos na temperatura,
de resto... Segue a mesma frustração.

Assim como as verduras e frutas velhas que insistem em
fazer morada – quase que fixa -
nas prateleiras de uma geladeira entediante,
as lembranças do nosso coração também
não perecem facilmente.

Não queiras que o pobre poeta entenda
o porquê das coisas serem assim,
o fato é que elas são assim!
Quentes e frias,
geladeiras e corações,
um, se esquentar queima,
e o outro, se esfriar morre.

Bruno Rico.

Sopro de vida.




Rodolfo Garcia Castelo, conhecido apenas como Seu Castelo, era um Capitão reformado da Aeronáutica brasileira.
Com 57 anos de idade ele foi afastado de suas funções por conta de uma diabete de tipo raro, e por problemas coronários que exigiam praticamente um repouso quase que vinte e quatro horas por dia.
O problema é que Seu Castelo era o tipo de homem super ativo, sempre acostumado a acordar bem cedo, a chegar à padaria no primeiro horário para comprar o seu pãozinho, para depois desfrutar de um belo café da manhã regado a muito chocolate – um vício que ele não sabia como viver sem. Tudo isso feito, era hora da religiosa corridinha na orla de Copacabana, quando não, uma boa andada de bicicleta pela zona sul do Rio de Janeiro.
Basicamente essa era a rotina de Seu Castelo antes que as doenças lhe tirassem do trabalho e lhe arrancassem os prazeres da vida.
No mesmo ano em que se aposentou, e que foi proibido de fazer diversas coisas que gostava, inclusive de comer o seu chocolate, Seu Castelo teve o seu primeiro neto, que iria se chamar Rodolfo em homenagem ao avô, mas o próprio Castelo não deixou que isso acontecesse.
- Tá maluco filho, colocar o nome do meu neto de Rodolfo, para depois virar Rodolfinho, que ridículo! E outra, esse nome saiu de moda antes que a seleção brasileira fosse campeã em 70, faz isso com o moleque não.
Diante do pedido do pai, Igor, filho de Seu Castelo, não teve saída, e escolheu outro nome para seu filho, que acabou se chamando Gabriel.
Gabriel acabou suprindo todas as coisas que a doença infelizmente havia tirado de Seu Castelo, que sempre agradecia a Deus pelo nascimento do neto, pois sem isso ele já teria morrido de tédio e frustração há muito tempo.
Com o passar dos anos as doenças foram se agravando, os cuidados tiveram que ser aumentados, e com tudo isso Seu Castelo foi passando de um homem bem humorado para um velho bem do ranzinza. Os chocolates diets, já estavam completamente sem graça, e ele sentia uma profunda falta da corridinha matinal na orla de Copa.
Seu Castelo queria sentir o gosto verdadeiro das coisas, e precisava urgentemente de algum tipo de aventura, pois a doença estava literalmente lhe matando aos poucos.
O único lazer que tinha era o de contar histórias para seu neto Gabriel, que adorava os contos de guerra e as aventuras do avô militar, que às vezes até vestia farda para contar algum causo, que na maioria das vezes eram totalmente fantasiosos e sequer tinham acontecido; mas nada disso importava diante dos olhinhos brilhantes do pequeno Gabriel, que sempre ficava ávido por ouvir mais histórias do avô.  
Quando estava com 68 de idade, Seu Castelo começou a perceber que algumas coisas já estavam diferentes, Gabriel já estava com 11, e as histórias de guerras e aventuras já não possuíam mais a mesma magia, não que o neto falasse alguma coisa, mas Seu Castelo percebia que o brilho no olhar do menino já não era mais o mesmo, e aquilo foi fazendo com que ele perdesse os seus últimos sopros de vida.
Certo dia a rotina entediante se mostrou insustentável para Seu Castelo, que enfim resolveu radicalizar de vez. Mas antes ele fez questão de escrever uma carta, que tinha como destinatário o endereço do apartamento de seu filho Igor.
No dia seguinte, logo pela manhã, Seu Castelo fez questão de reviver alguns dos costumes de antigamente. Acordou bem cedo, saiu sorrateiramente de casa, para que ninguém acordasse, passou na padaria, tomou café por lá mesmo, e abocanhou uma barra de chocolate com o maior prazer do mundo, chegou inclusive a delirar por alguns segundos, já que aquela barra não era diet, e ele a comeu inteira sem deixar nenhum rastro.
Depois o velho militar partiu para a orla, estava a fim de correr, mas temeu não aguentar muito tempo, e como ele queria que aquele momento durasse o máximo possível, resolveu alugar uma bicicleta, e dali partiu feliz da vida. Como Seu Castelo morava no final de Copacabana, ele pedalou bravamente em um ritmo pra lá de acelerado até o posto 1 no Leme, e no exato momento em que parou de acelerar, o corpo sentiu, e seu coração também parou de bater.
No chão ficou estendido o seu corpo, mas sua alma já não estava mais presente.
Em meio a toda aquela multidão que o cercava, um pedestre fez questão de dizer:
- Nossa! O vovô morreu sorrindo, esse foi embora feliz.
No dia seguinte, logo após o enterro, Igor chegou a seu apartamento desolado, ao seu lado, de cabeça baixa – quase beijando o chão - estava Gabriel, que também parecia sem rumo por ter perdido o seu grande herói de guerra.
No exato momento em que abriu a porta, Igor foi surpreendido por sua empregada, que estava bem agitada.
- Seu Igor, chegou uma carta aparentemente bem importante para o senhor. – disse a emprega, com olhos esbugalhados.
- Agora não Clarinha, depois eu vejo.
- Mas é uma carta do seu pai.
- Do meu pai? – perguntou Igor, totalmente surpreso e com cara de assustado.
Depois da resposta afirmativa de Clarinha, que também estava bem assustada, Igor e Gabriel pegaram a carta, sentaram - se no sofá da sala, e Igor começou a ler a carta em voz alta:

“Meus queridos, Igor e Gabriel, se estão com esta carta em mãos é porque provavelmente o meu plano de viver deu certo.
Primeiramente gostaria de dizer que vocês foram os motivos pelo qual fiquei vivo durante todos esses anos de doença, ficar lembrando o tempo em que contava minhas histórias para meu filho quando criança, e depois reviver isso com meu querido neto não teve preço.
Eu estava morrendo aos poucos, estava infeliz, não achava mais graça nas coisas, e a cada dia que acordava me lembrava de tudo que eu fazia antes de ficar doente, e tudo aquilo me machucava profundamente, às vezes eu até chorava em silêncio, pois nem sempre estar respirando quer dizer estar vivo, e era assim que eu me sentia na maioria dos momentos.
Até que num certo dia eu resolvi viver de verdade, fazer as coisas que estava realmente com vontade, e olha que elas eram simples, eu queria apenas comer um bom chocolate e pedalar na orla, só isso.
E podem ter certeza que mesmo escrevendo esta carta antes de ter feito essas coisas, posso garantir que tudo foi muito prazeroso, e voltar a viver foi simplesmente fantástico.
É por isso que eu quero que vocês dois vejam a minha passagem como vida, e não como morte, pois foi no dia da minha morte que eu vivi como há anos não vivia, eu pude sentir a felicidade dentro de mim novamente, pude sentir o meu último e mais prazeroso sopro de vida.
Amo muito vocês.

Capitão Castelo.”


Bruno Rico.

Bandidos da lei.



Ora, ora. Policiais recebendo propina de traficantes em prol da facilitação da venda de drogas! Policiais sequestrando e matando pessoas inocentes e tachando as mesmas de traficantes! Policiais vendendo armas para traficantes! Chefes de batalhões envolvidos nessa lama toda!
Bem, até aí nenhuma novidade, pelo menos para mim (já que ainda existem pessoas que acham que essas coisas não existem), sabe aquele povo que compra uma peneira bem grande para tapar os problemas? Pois então, é dessas pessoas que estou falando.
Nada seria novo se não tivesse acontecido uma mega operação para que policiais dessa estirpe fossem presos, ou melhor, capturados, pois pelo que tudo indica o Governador do Rio irá apenas expulsar os envolvidos. O camarada comete crimes, mata pessoas inocentes, injeta combustível na guerra do narcotráfico, e o que ele ganha é uma expulsão. Enfim, nem entrarei neste mérito para não me alongar muito, pois já escrevi tanto sobre isso que já estou cansado e enojado a respeito deste tema.
O fato é que nessa semana ocorreu uma mega operação no Rio de Janeiro, mas precisamente no município de Duque de Caxias, para capturar policiais militares envolvidos com traficantes, e nessa história toda dois ônibus saíram lotados de policiais corruptos.
Eu ouvi um delegado dizendo que segundo a inteligência (odeio esse termo) da polícia, essa operação estava em processos investigativos há um ano, e depois desse tempo, eles conseguiram reunir provas suficientes para que mais de sessenta mandados de prisão fossem expedidos para os maus policiais; mas isso tudo de tempo senhor delegado? Nem precisava tanto, francamente.
Eu só sei que por enquanto pararam por aí; e eu achando que a operação iria abranger a capital, mas até agora nada, talvez eles tenham ficado com medo de reduzir o contingente policial e ficaram só por Caxias mesmo, pois se eles forem fazer esse tipo de operação mais a fundo, eu acho que não vai sobrar policial suficiente para patrulhar a cidade não, e por conta disso, eu acho que essa operação só ocorreu porque alguém do escalão muito alto estava perdendo dinheiro, talvez até mesmo alguém do governo, de alguma secretaria de segurança, vai saber, ou melhor, nunca saberemos ao certo o motivo da operação, o fato é que isso ocorre a décadas, e não é corriqueira uma operação como essa, até porque essa foi a maior. Por isso eu achei tudo muito estranho, sinto cheio de conspiração no ar, talvez o fim do mundo esteja realmente chegando, pois autoridades se movendo para tirar de circulação policiais corruptos não é nada normal.
Onde eu moro mesmo, esse tipo de coisa acontece no mínimo uma vez na semana, antigamente os policias ficavam na moita, não gostavam de mostrar a cara, agora eles não querem nem saber, pegam dinheiro do tráfico a luz do dia para quem quiser ver, e aparentam não se importar muito com isso, parece até algo normal da função, uma atividade já designada.
Sempre que escrevo sobre policiais, os defensores se doem profundamente, e isso é fantástico, pois os argumentos que eles usam são sempre os mesmos, medíocres e cegos.
O primeiro erro do defensor do policial é achar que todo mundo que critica polícia gosta de bandido, oras, eu não gosto de nenhum dos dois, mas gosto menos do que utiliza da lei para exercer o banditismo.
Existem aqueles que também falam que a estrutura da polícia tem que ser melhorada, que eles ganham mal, e que por conta disso tudo a corrupção acaba sendo quase que inevitável. Bem, que a estrutura e o salário devam ser melhores, isso eu concordo plenamente, agora me dizer que isso estimula a corrupção é ridículo. Primeiro porque se faz prova pra entrar, todos sabem o que irão fazer e quanto irão ganhar, depois tem o fato de que um homem verdadeiramente honrado, jamais se corrompe, haja o que houver, mesmo que para isso sua vida seja ceifada. E também existe o fato de que se fomos usar esse argumento para o policial, abrimos precedentes para o pobre favelado, que não tem emprego, que não estudou, não teve oportunidade, acabou no crime, e todas aquelas falácias mais, ou seja, não me venham com essas.
Bem, não vou me alongar muito neste tema não, até porque esse assunto é chato demais, e digo chato por todo o caos que ele causa na segurança num todo. Infelizmente é um problema já enraizado na polícia do Rio de Janeiro, e na maioria do país. Vivemos em um estado tão crítico que as pessoas realmente boas, que entram para polícia para fazer realmente um bom papel, acabam não conseguindo, se frustram, ou até mesmo morrem com o famoso “fogo amigo”, pois policial que recebe propina de tráfico não gosta nadinha daquele bom samaritano que vive dizendo que entrou para polícia para cumprir a lei e fazer justiça. E é esse bom policial que anda desmotivado, e é esse que o governo e a sociedade têm que aprender a dar o real valor. E por falar em sociedade...
Eu não gostaria de terminar esta crônica só malhando a polícia não, até porque a sociedade tem muita culpa nisso, lógico que não estou falando de todos, mas boa parte da população não saberia viver em uma cidade onde a polícia não se corrompe, principalmente as pessoas que possuem um poder aquisitivo alto e que acham que tudo se compra com dinheiro. A respeito disso eu gostaria de deixar um vídeo do grande Hélio Luz, um delegado da Polícia Civil que admiro muito, e que atualmente nem sei por onde anda, mas os valores que esse cara passa com sua experiência são incríveis, sempre que explode uma crise na polícia eu me lembro dele, quem dera que tivéssemos mais guerreiros sensatos assim na polícia.
No mais é seguir vivendo, sem saber ao certo quem é o bandido, quem é a polícia, e quem é a polícia que é bandida; essa última é a pior que tem, se identificares uma, mude a direção o mais rápido possível, pois o pior bandido é aquele que possui o aval da lei, já que esse faz o que quer, e transforma cidadão de bem em bandido em um simples segundo, e o bandido de verdade ele tem como sócio.

Bruno Rico. 

Para ler a reportagem sobre os bandidos da lei: Clique aqui.



E então, há um interesse da sociedade em ter uma polícia que não seja corrupta?



Pesquisando pela grande internet eu achei uma entrevista atual do Hélio Luz, segue o link.