Cata grão,
Cata papel,
Cata caixão.
Cataram os sonhos
Que um dia eu deixei pelo chão.
Cataram até o pedaço de madeira que eu fiz de pião.
Cataram as bandeiras,
Cataram os ideais e jogaram na fogueira.
Só não cataram os sujeitos que vivem por aqui
Pedindo voto a semana inteira.
Cataram tudo que tinha pela frente,
Cataram a esperança,
Não pouparam nem a fé dessa gente.
No cataclismo de uma vida sem luxo,
Dia após dia,
Eles vão catando a infância de mais um inocente;
Mais tarde catarão sua liberdade
Alegando que nesse país quem cata as coisas dos outros
Não podem viver impunemente.
Enquanto isso...
Os catadores de sonhos
Continuam agindo livremente.
Bruno Rico.
0 comentários:
Postar um comentário