O ilusionista.

Nasce um frio na barriga
Quando a poesia me seduz
E me induz a transcrevê-la
Em folhas de papel
Para o leitor deleitar-se
Em sinceros versos
Escritos pelo mentiroso poeta.

Mentiroso sim!
Pois não seria poeta
Se fosse sincero a todo tempo,
Sendo que o próprio tempo
Não é verdadeiro comigo.
Se ao escrever só falasse verdades
Seria o escritor mais chato da humanidade,
Pois só os chatos falam verdades
O tempo inteiro.

Não é contradição
Escrever verdades sendo mentiroso
Ou escrever mentiras sendo verdadeiro,
Tais casos são mais do que corriqueiros.
Além de que, precisamos mentir
Para sermos ouvidos
Com real clareza.

Não fomos criados para verdades,
Fomos criados para iludir a própria
Ilusão que nos foge da razão
E tragicamente se transforma em realidade.
Concluo então que fomos criados para poetizar,
Pois o poeta é sim, o maior dos ilusionistas.

Sendo assim,
Poetizarei minhas mentiras
E execrarei minhas verdades.
Eis o lema do ilusionista,
E eis o maior lema da humanidade.


BrunoricO.

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