Guerras de ninguém.


Não vejo luz.
Não! De fato não vejo.

Vejo apenas os algozes dos corpos
Estirados no chão
Já em completa decomposição.

Ao lado da minha casa
A fogueira queima os corpos
De prováveis delatores.
A fumaça preta sobe
Anunciando as dores dos pecadores.

Logo em frente
Vejo as crianças
Crescendo sem esperança,
Seus olhares
Não transmitem mais pureza,
Pelo contrário,
Todas parecem buscar
Por algum tipo de vingança.

É a guerra do horror.
É matador matando matador,
É delator entregando delator,
É traidor traindo traidor,
É pecador julgando pecador.

É lutador guerreando sozinho
Uma batalha já sem valor;
E mesmo que alguém caia
No último round,
Quem ficar de pé não será
Mais o vencedor.

São os frutos do desamor
Lutando a guerra
Que ninguém mais lembra quem criou.
Eles cresceram sem os pais,
Nunca saborearam a paz
E ninguém se incomodou,
Até que alguém sangrou.

E quando o sangue
Alheiro é combustível
Para a ebulição da guerra,
É porque precisamos
Urgentemente de uma nova era.

BrunoricO.

Enquanto lutarmos sozinhos
Por um objetivo comum
Não chegaremos a lugar nenhum.

3 comentários:

Aline A. disse...

vc é tão digno!

Lola Souza disse...

Muito bom, já estou te seguindo, abraços. Lola

Tati I disse...

Gostei!

Assisti o Tropa de Elite 2 ontem, e lendo tudo isso as imagens do filme me vieram a mente. Corpos estirados ao chão, fogueira de gente, guerra de horror, delatores, matadores, traidores ..enfim, uma guerra sem bandido nem mocinho. Mata-se não sabe quem e por quem não se sabe.

Resume o filme em poesia.

Postar um comentário