Não tenho cara de poeta.

Certo dia disseram-me
Que não tinha cara de poeta.
Antes de tal julgamento
Pensava eu, que poeta
Precisava ter alma,
E não cara,
Mas equivoquei-me
Por pensar assim.

Descobri que pra ser poeta
É preciso ter cara de tal.
Cara essa que não possuo,
E creio eu nunca vá possuir.

Mas não sou menos poeta por isso.
Não me faço por cara,
E nem por caras me faço abater.
Não escrevo meus versos
Com minha face,
Escrevo-os com meu coração.

E quem meu coração não vê
Diz que não sou poeta.
E ao fitar o olhar em minha face
Ratificam tal afirmação.

Alienação?
Talvez sim,
Talvez não.

Mais uma coisa é certa:
Poeta sem cara
Eu sou de coração.


BrunoricO.

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