A idade da pedra.


Vivo sem a luz na retina,
Quem fita o olhar em um saco de lixo
E depois olha para mim, até diz que a gente combina.

Estirado no chão como um dejeto social.
Sou novo, mas a pedra carregou com ela
A minha face jovial.

Meus sonhos, ainda nem sei se estão na gaveta,
A última vez que os vi, perambulando por aí,
De certo eu estava careta.

Às vezes de mim eu tenho dó,
Isolo-me eu meu mundo ermo.
Às vezes me sinto volátil que nem pó,
Sinto que estou a cada dia mais enfermo.

Não tenho idade para votar,
Mas posso fumar,
Não tenho idade para trabalhar,
Mas posso roubar,
Não tenho certeza ao certo do que preciso,
Mas sempre que acordo eu sinto falta de um sorriso.

Bruno Rico. 

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