Todos os dias
ele recebia
Uma rasteira
diferente,
Certo dia
cansou-se de só cair,
E preferiu
cansar-se de tanto pular,
Pulou tanto,
mas tanto,
Que alcançou
o céu,
E ao pisar na
terra novamente,
Rasteira
nenhuma se fez valente
Diante
daquele exímio saltador celestial.
O amor nunca
fora o seu forte.
Tantas foram
as desilusões,
Tantas foram
as lágrimas
Que irrigaram
as flores funestas
De um jardim
de desilusão.
A dor de não
se sentir amado
Chegava a lhe
corroer as vísceras,
Logo ele, que
tinha tanto amor para dar.
E eis que um
dia ele resolveu amar tanto,
Mas tanto,
que seu coração chegou a esvaziar-se.
Amou a todos,
sem distinção,
Distribui
sorrisos gratuitos,
Gentilezas
sem recompensas,
Abraços sem
pudores,
Virou um bom
vivant de estirpe,
E enfim
encontrou o seu verdadeiro amor
Refletido em
um espelho carcomido,
A partir
dali, o desamor jamais bateu a sua porta.
De fato a
vida não lhe deu os melhores acordes,
Mas mesmo
assim ele fez música,
Das mais
lindas de se ouvir,
Daquelas em
que o som é carregado de emoção
E a melodia é
enraizada na paixão.
Certo dia,
perguntaram-lhe o porquê do sorriso
Fazer morada
de forma fixa em sua face,
E com um
semblante terno ele respondeu:
É que tenho o
amor como meio de sobrevivência.
Bruno Rico.