Desde criança que eu nunca fui de esquentar muito para o Natal e para os presentes desta efeméride de final de ano, até porque, como eu faço aniversário dia 27 de dezembro, e minha mãe por ter me criado sozinha, com algumas dificuldades e muita luta, acabava não tendo dinheiro para me dar dois presentes, e eu acabava ficando apenas com o de aniversário mesmo.
Mas
isso nunca foi tristeza para mim, muito pelo contrário, pois pelo menos eu
ainda conseguia ganhar alguma coisa no final de ano, e eu sempre soube que essa
coisa vinha de um dinheiro suado, o que fazia o meu presente (independente do
que fosse) ser o melhor do mundo, pois para mim ele vinha da melhor mulher do
mundo, que era, e ainda é a minha mãe. E por conta disso tudo eu nunca cultuei
um velinho com barba branca que vinha lá num sei de onde em cima de uns animais
estranhos que eu nunca tinha visto em lugar nenhum.
Isso
tudo me ajudou no meu amadurecimento precoce, pois eu nunca fui uma criança de
perturbar na rua, de pedir coisas impossíveis para a minha mãe, até porque
quando ela falava que não dava pra comprar, não dava e acabou. E eu sempre
soube entender isso, e sempre me lembro dessas situações quando vejo alguma
criança fazendo escândalo com os pais nas ruas por pouca coisa, na maioria das vezes
são crianças mimadas, que fantasiam coisas ao extremo, e não possuem a noção da
luta dos pais para conseguir as coisas.
A
criança precisa ter a sua fantasia sim, mas ela também precisa saber da sua
real condição, até para que desde muito cedo ela já pense em mudar esta
condição, caso ela esteja insatisfeita com alguma coisa. E foi mais ou menos
isso que aconteceu comigo, por ter amadurecido cedo, eu acabei criando uma
visão além do meu tempo, e isso me ajudou e me ajuda bastante até hoje, até
porque maturidade não tem nada a ver com idade.
Mas
pra que eu estou falando desse lance todo de infância, maturidade e Natal? Fiz
questão de dizer tudo isso justamente por receber um grande presente antecipado
de Natal esse ano, e um presente que eu já estava esperando há muito tempo, e
como eu não sou de ganhar nada de Natal, este presente mereceu este texto.
Estava
eu dormindo, depois de mais uma noite de trabalho, quando resolvi acordar para
ir ao banheiro, era umas três da tarde, e no caminho me deparei com um envelope
em cima da mesa, era um envelope pardo grosso, da cidade de Mogi Guaçu – SP.
Logo
que vi e toquei no envelope, eu já imaginava o que tinha dentro, só me restava
rasgá-lo para acabar com a minha ansiedade e para confirmar se era mesmo o
presente que eu tanto estava pedindo; e era.
Ao
abrir o envelope eu pude ver logo de cara uma medalha pesada, e daí eu pude
concluir muito feliz que o meu presente havia realmente chegado, era a MINHA
PRIMEIRA PREMIAÇÃO DE POESIA EM UM CONCURSO LITRÁRIO!
Junto
da medalha de menção honrosa, veio um certificado atestando a minha
participação, assinado pelo Prefeito da cidade, pela Secretária de cultura, e
pela Coordenadora do concurso; além da minha antologia, que é um livro com as
poesias escolhidas pela comissão julgadora, que foi formada por 14 pessoas.
Este
concurso de que falo foi o 28º da Biblioteca Municipal João XXIII, e foi
separado por categorias, sendo elas: Adulto – outras cidades. Juvenil – outras
cidades. Infantil – outras cidades. Adulto – local. Juvenil – local. E por fim,
infantil – local. Ou seja, era um concurso que premiava separadamente os poetas
residentes da cidade, com os de fora, e todas as categorias iam do 1º ao 6º
colocado, e a minha poesia veio logo como a 4ª do livro, pois eu fiquei em 4º
na categoria adulto – outras cidades com a poesia “Coração X geladeira” que
postarei no final do texto.
Agora
eu entendo perfeitamente quando algum atleta fala que determinada medalha teve
gosto de ouro, pois quando a gente sonha muito com alguma coisa, não importa se
foi em 6º ou em 1º, o importante é ter o valor reconhecido, e ser parabenizado
pelo feito, isso é o que realmente importa.
Eu já
participo de concursos culturais há algum tempo, mas não com a frequencia que
gostaria e deveria. Às vezes eu desanimo um pouco e não confiro os editais, às
vezes eu deixo passar alguns prazos de envio. Eu confesso que estava
participando com certo relaxamento, justamente por achar que estava mandando as
minhas poesias, e nada estava acontecendo, ninguém estava reconhecendo as
mesmas como boas, ou aptas a uma classificação em um concurso oficial. E diante
disso eu sempre pedia a Deus uma resposta, seja ela qual fosse, pois de nada
adiantaria eu achar os meus escritos bons, se uma comissão julgadora também não
achasse. E finalmente a resposta chegou.
E é
por isso que eu não me importei com a colocação, pois o importante mesmo foi
ser selecionado diante de tantas pessoas altamente qualificadas.
Sempre
que eu falo que escrevo, e mostro os meus textos, as pessoas perguntam se fiz
Letras, ou algo do tipo, e eu fico muito lisonjeado com isso, pois é sinal de
que mesmo com o segundo grau completo eu estou fazendo bonito, e pelo visto os
jurados do concurso acharam o mesmo, e isso é muito importante para mim, pois
como eu já escrevi, eu estava precisando disso, até para me dedicar mais aos
concursos daqui pra frente, e acreditar que coisas melhores estão por vir.
Gostaria
de deixar aqui também, o meu registro a respeito da minha amada Liana. Ah como
é bom encontrar uma companheira que consegue sonhar junto com a gente, chorar
pelas conquistas realizadas, saber da importância que esse lance literário tem
pra mim, dar muito valor a isso, e ficar feliz como uma criança a me ver com
mais uma conquista, por mais simples que ela seja, pois ela consegue acreditar
em mim da mesma forma que eu acredito, e era isso que eu procurava em uma
mulher há muito tempo, essa simplicidade de conseguir sonhar os mesmos sonhos.
E é
por isso que eu enfatizo a importância de um sonho, e a importância de acreditar
nele, em si próprio e em Deus, pois uma hora ele lhe dará alguma resposta e
mostrará o caminho certo a seguir, e hoje Ele me disse com todas as letras: “Bruno,
segue seu sonho, pois muita coisa ainda está por vir, desanima não meu filho.”
O
sonho maior são os livros, um dia esse sonho já foi distante, hoje ele está bem
perto, até porque estou participando de alguns concursos que poderão patrocinar
os meus livros. E enquanto isso eu vou fazendo a minha parte, escrevendo, e
expondo a minha alma em palavras, como estou fazendo agora.
Muito
obrigado a quem leu esse texto até o fim, pois isso é sinal de que VOCÊ torce por
mim, e acredita em mim desde o início desse sonho. E a VOCÊ eu também digo:
NUNCA DEIXE DE SONHAR!
Minha primeira
poesia premiada:
Coração
X geladeira.
Tem sempre as mesmas coisas dentro da
geladeira,
mas mesmo assim a gente abre a todo o
momento
desejando que algo novo surja, como por
encanto.
Constantemente fazemos isso com os
nossos corações,
já sabemos o que, e quem está dentro,
mas por teimosia o abrimos para o mundo,
desejando que o novo venha substituir o
velho.
Mas dificilmente isso acontece,
e daí, descobrimos que foi tudo em vão.
Coração e geladeira só são antagônicos
na temperatura,
de resto... Segue a mesma frustração.
Assim como as verduras e frutas velhas
que insistem em
fazer morada – quase que fixa -
nas prateleiras de uma geladeira entediante,
as lembranças do nosso coração também
não perecem facilmente.
Não queiras que o pobre poeta entenda
o porquê das coisas serem assim,
o fato é que elas são assim!
Quentes e frias,
geladeiras e corações,
um, se esquentar queima,
e o outro, se esfriar morre.
Bruno Rico.
2 comentários:
Brunããoooo que TRIIII! Parabéns. Tu merece muito! Se dependesse de mim,teria todas as medalhas =) FORÇA e segue na luta. Beijão
Feliz aniversário!E parabéns pelo prêmio,fico orgulhoso.
Malcolm Martins Da Costa
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